sábado, abril 02, 2005

As Possibilidades de Atuação da Política Econômica sua Eficácia e o Verdadeiro Propulsor do Crescimento!

Antes de tudo é preciso ter claro que a política econômica atua sobre as seguintes questões: crescimento da economia (aumento da produção), a estabilidade do mercado e a distribuição de renda entre os agentes. Ademais, o direcionamento da política econômica não é capaz de ser eficaz simultaneamente nas três esferas citadas, devendo ser voltado para apenas uma das três possibilidades.
Não podemos esquecer jamais a catastrófica experiência inflacionária brasileira entre as décadas de 80 e 90, causadas, em grande parte, por políticas econômicas, sem sustentabilidade teórica, que visavam conter a crise econômica da época (causada por vários fatores, tais como, o aumento da dívida público e a falta de liquidez no mercado financeiro internacional), e que nos atinge até hoje através da falta de confiança dos agentes econômicos nas nossas estruturas de mercado e instituições.
O governo ao dirigir a política econômica para a estabilidade do mercado (através das metas de inflação, por exemplo) sinaliza aos agentes que estamos vivendo em outros tempos. Além do mais, estabilidade pode levar ao crescimento econômico com sustentabilidade de longo prazo. Se ao invés disso o governo ficar estimulando a demanda efetiva como sugere a heterodoxia, cresceríamos fortemente no curto prazo, mas logo adiante haveria um descontrole inflacionário seguido de forte depressão como já ocorreu.
A outra alternativa de foco para a política monetária não seria tão menos desastrosa. Distribuição de renda entre as classes sociais não gera crescimento, muito pelo contrário, causa retração da demanda agregada (porque se retira a capacidade de investimento do setor empresarial). Deve-se ter com clareza que a população mais pobre só terá melhores salários a partir do momento em que tiverem acesso a um ensino básico, médio e profissional de qualidade, pois o nível salarial tem uma correlação positiva muito forte com a produtividade do trabalhador. Portanto, não precisamos adotar outras alternativas para a aplicação da política econômica quando já conhecemos muito bem os seus resultados. Manter as metas de inflação, a elevação do superávit primário, a taxa de câmbio flexível e a lenta liberalização da conta capital financeira através da retirada de processos administrativos são medidas corretas que diminuem os custos e riscos (com o fim das CC5 diminui-se o risco da conversibilidade em parte) para aqueles que são parte integrada do mercado: os agentes. Se almejarmos ter crescimento “sustentado da economia brasileira no longo prazo, devemos praticar as lições que a teoria econômica nos ensina: não é pelo meio de políticas econômicas que obteremos crescimento, mas sim, com o aumento da produtividade dos fatores que compõe o processo produtivo: Capital e trabalho”.